[Misbehaviors]

"Nothing can come of nothing."

23:50

Books, Voyages & Madness.

Postado por Uncool |

The Drug.


Surreais Porres Literários

Porre literário?!?!? Um porre literário não é aquele que te faz perder o ponto que vai descer quando você está dentro do ônibus ou gastar o limite do cheque especial em livrarias. Claro que todos nós, literaholics ou bookaholics já passamos por isso e por coisas muito mais estranhas ou curiosas em algum momento de nossas vidas. Não, não. Não irei me ater nisso. O porre ideal é aquele que não te deixa depressivo depois, é aquele que te move para o próximo sem deixar nenhum vestígio de culpa e nem faz que ela fique velada para o momento oportuno.

Os meus porres literários são sempre surreais: eles sempre confundem a minha cabeça e fazem uma amálmaga com a minha personalidade. Ao final, nunca sei se sou um personagem ou se eu mesmo, às vezes, quando chego ao limite da overdose, eu nem sei o que sou. Sei que sou alguma coisa, melhorada, óbvio, pois a literatura é a única coisa que salva vidas e se torna força motriz para seguir em frente e enfrentar as situações adversas da vida.

Sem mais delongas! Quanto ao porre em si, já cheguei a um nível de dependência literária tão grande que tenho uma meta de 15 livros a serem comprados no mês e uma meta de 130 lidos por ano.

Eu dependendo de personagens, dependo de letras e palavras pra me compor, sem elas, nunca fui nada, nada sou e nada serei.

Eu já jantei com Frida Kahlo e experimentei os seus pratos de comemoração do Dia dos Mortos, em homenagem à sua madrinha, Morte. Já me perdi nos matizes das suas cores e ao final não sabia se eu era verde-bandeira ou amarelo-canário. Já participei do circo itinerante e morei em Santa Maria do Circo, como o ilustre e grande mago adivinho. Participei das andanças do Jesus Cristo e Caim de Saramago, olhando de frente a morte dos santos católicos até contrair a cegueira branca, com que fizesse que eu não enxergasse que o mais imprescindível estava perto e não além-mar, procurado com a barca do Rei, com foi feito. Eu já odiei o ano de 1984, que fez com que eu me sentisse invadido em 2011, mas odeio duplamente 2011 por ter sido previsto em 1984. Já confundi a minha sexualidade na convivência com Orlando a acreditei no amor puro e sem restrições entregando pizzas com Elvis, para logo após encontrar sua amada Madonna. Eu também estive na idade média, conversando com Adso Melk e ajudando os escribas em cópias manuais de livros. Me envolvi em teorias conspiratórias relacionadas aos templários, os cátaros e outras sociedades secretas, em Paris, bem abaixo do Pêndulo de Foucault. Já fui o marido atormentado de Dostoiévski, o clérigo atormentado de Tólstoi e os deuses do panteão hindú. Já tive o prazer de matar e discursar junto com a monarquia britânica e visitar a Bahia de Jorge Amado, almoçando com Dona Flor, chorando as mágoas com Tereza Batista, rindo da vida com Tieta e apreciando o Candomblé com Iansã.

E eu sei que ainda serei muitas coisas, farei e passarei por muitas coisas, isso, quem vai me ditar, é o próximo porre, que vai me transformar e me deixar exaurido até que eu me recupere e fique pronto para a próxima.

E eu quero que alguém aponte o dedo na minha cara e diga que isso viagem é ou loucura.

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