[Misbehaviors]

"Nothing can come of nothing."

02:46

Sounds of Silence.

Postado por Uncool |

The (Hurted) Ears.


O poder da música influencia estados de espírito? Sim, claro. Eu me sinto muito mais feliz com um riff bem feito, muito mais histérico com um agudo bem dado, mais animado com batidas diferentes e extramamente puto com música ruim.

Agora a pergunta de U$1,000,000. O que se classifica como música ruim?

Podemos levar em consideração a questão de gosto: "Gosto é que nem braço, tem gente que nasce sem.", logo, chegamos no consenso de que música ruim não existe, mas existem pessoas exigentes que não engolem qualquer tipo de coisa.

Eu, particularmente, sou um chato com questão de música, mas tenho o meu momento "revival" e "brega" como todo mundo, mas isso não me faz mais ou menos exigente.
É engraçado como acordamos extramamente cafonas em um dia e no outro, extramente erudito nessas questões. Tem dia que acordo ouvindo coisas toscas, carrego meu mp5 com coisas piores ainda e durmo ouvindo breguices, no outro dia, acordo precisando de baixos, riffs, baterias pesadas e vocais sujos.

De qualquer forma, algumas músicas me dão idéias, e eu imagino situações, faço literalmente da minha vida, uma trilha sonora.

Consigo imaginar alguém me pedindo em casamento, cantando e tocando pra mim "Viva La Vida" no violoncelo e tudo que tenho direito, na primeira briga, imagino eu surtando, e a pedida seria "Noir Desir", no momento de cozinhar, entre molhos, temperos e respingos no avental, seria "Waterloo", passeando no Ibirapuera é a cara de "Fleur de Saison", traição pede "The Cripple and The Starfish", melancolia chama "The Scientist", declarações de amor imploram por "Dull Flame of Desire", momentos de calmaria são regados a "The Mystic's Dream", ocasiões em que o desejo de quebrar a casa e a cara de todo mundo que está perto, agressivamente grita "The Beautiful People", vontade de sair dançando na rua é saltitar com "Fame" e sentir a brisa batendo no rosto ao som de "Rebellion Lies" é me pedir pra sorrir loucamente pra qualquer situação e ser vivo que esteja perto na hora, e assim vai.

Agora me pergunto, que sensações desperta em uma pessoa ouvir Calypso, Banda Katrina, Calcinha Preta, Limão com Mel, Bruno e Marrone, Rio Negro e Solimões e derivados?

Funk sabemos que desperta a libido (vide Mulher Melancia, Perla, As Popozudas etc.), Rock desperta a violência, MPB desperta a depressão, New Age desperta o sono e por ai seguem as sensações. Eu voto que, em Sertanejo, Axé, Pagode, Samba e afins despertam o desespero profundo, daqueles que te faz querer ter um protetor auricular.

O reverso da medalha também vale. Música boa cantada por gente ruim é uma desgraça, e não temos um enrosco menor em relação a isso, porque do mesmo jeito que a música não pode ser classificada como ruim, o fulano também não pode, porque sempre terá alguém rasgando a seda...

Ontem mesmo, os vizinhos aqui estavam numa alegria de fazer gosto, soltando a voz, mas infelizmente nenhum deles eram uma Susan Boyle. E eu fiquei só analisando o repertório: "This Love", "Starring at the Sun" e algumas outras, com um pandeiro imundo, um inglês porco e com direito a backing vocals medíocres e gemidinhas escrotas, eu, claro, quase infartei. E se o Adam Levine e o Bono Vox ouvissem, certamente iriam também.

Mas ai a gente já entra na questão do Karaokê, que é um sério problema na questão da poluição sonora do planeta, e não merece discussão, porque dá pano pra manga demais.

Não sei se abençõo a existência dos críticos ou se a lamento, porque se críticos musicais tivessem algum poder, o mundo seria sonoramente mais habitável, mas por outro lado, nos ensinam (teoricamente) diferencia o que é bom do que é péssimo. E muito menos sei como reagir em relação a vizinhos que querem participar do "Ídolos" e sensações de músicas do "povo das bandas de lá".

É melhor ficar em silêncio?

10 Malcriações:

Anônimo disse...

Música?
Comigo mesmo!
Como costumo dizer: music's in my soul!
Parece que é o combustível que me movimenta...

Achei o post muito bom, até parei pra pensar em que músicas fariam parte do meu repertório, nas situações que você expos.

Mas agora queria te fazer pensar em uma coisa que você mesmo falou:
"O poder da música influencia estados de espírito? Sim!"

Ok... Considerando que você sabe disso, então podes afirmar que os seus vizinhos - mesmo que desafinados e fora do ritmo - estão sendo influenciados em seu estado de espírito, no momento em que cantam; seja por sentimentos de alegrias, seja por tristeza, seja por liberdade de expressar um sentimento secreto das suas almas. Então nós não podemos interferir nisso.
Claro, o direito de um vai até onde começa o de outro; mas acho que não devemos querer 'calar' as pobres almas desafinadas que procuram na música um desabafo pros seus sufocos...
Mas... Claro... I completly agree! Cada um respeitando o seu espaço...


Seus post sempre me fazem pensar muito³³³!
Gosto dos seus pensamentos!
:D

Abração!

Uncool disse...

Ok Ok, você me fez parar pra pensar, mas te devolvo.

Devemos aturar?

Festa de gente bebada cantando ruim é "desabafo pra sufoco"?

Pra reflexão: Devemos aguentar no limite da lei, ou depois das 22:00 chamar a "Rota"?

Anônimo disse...

Ahhh!
Certamente concordo.
É o que eu disse sobre "o direito de um vai até onde começa o de outro".

Até porque, a música desses desafinados também interfere no nosso estado de espírito quando é meia-noite e a gente quer dormir e eles tão parecendo gatos miando no telhado! hahahahaha...

Uncool disse...

Se fossem gatos miando no telhado, eu ainda seria feliz.

É sempre bom ouvir a natureza seguindo seu curso, não é nada forçado e convivemos com isso numa boa, diferente de como reagir frente essa situação.

XD

Anônimo disse...

Espero então que você não tenha sido uma das duas pessoas que baixaram a música que coloquei no Twitter ontem, senão vai querer me crucificar! hahahahahaha....

Uncool disse...

Não se preocupe, eu não fiz esse delito, mas eu terei a "pachorra" de ir atrás do link e postar aqui como exemplo ao populacho.

Raiana Reis disse...

Música para os meus ouvidos foi o seu texto! rs
Realmente ás vezes temos fases diferentes para cada estilo, e adorei a forma como descreveu as músicas para cada situação, também sinto dessa forma... do momento down ao momento apaixonado ou em êxtase, cada música traduz uma sensação, e delícia é repentinamente descobrir uma música que identifique seu momento ou ouvir uma canção no mp3 e ela te levar a planos, reflexões ou recordações! Gosto demais de estar acompanhada de boa música, gosto dela agregada com uma boa letra e também me pergunto sobre o prazer dos que ouvem essas 'pérolas' que vc citou... ao mesmo tempo que entendo... Seria ruim se no mundo todos fôssemos iguais não é? Só me irrita quando me obrigam a passar o final de semana todo 'ouvindo o braço que lhes faltam' rsrs
Gostei muito de conhecer seu cantinho aqui, mesmo!
Acabei de fazer um post sobre música também, não sei se te agrada, mas passa lá: www.tocou.blogspot.com
Abraços, Raiana.

Guttwein disse...

Rapaaaiz, acho que tudo(ou qse) tem haver com regionalismos do que com qualquer outra coisa... não é via de regra, mas se enquadra perfeitamente.

Tem nordestino que gosta de rock, de música erudita? Claro que sim, mas garanto que a maioria prefere um forró, um bailão do gonzaguinha... e nisso, já dá até para incluir e coligar gosto musical, com educação recebida(dentro e fora de casa), lugar onde nasceu(o tal do regionalismo), poder aquisitivo e pô, uma série de outros fatores.

Pra mim, pouco importa o que fulano gosta de ouvir, desde que meu "espaço vital"(como diriam os alemães) seja preservado! Ouve o que quiser, mas não me faça ouvir gratuitamente, que ai lanço um "Welcome to the Jungle" e a porrada vai comer solta! rsrsrs : D

Anônimo disse...

Cintia.

Existem sons magnificos

Mas existem outros que dão medo

Agora rock nao incita violencia e sim libera adrenalina é diferente

Uncool disse...

Por isso que vivo a flor da pele.

=)

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